Ficámos com essa referência e partimos, faltavam poucos quilometros para chegar a Santiago e qualquer desvio era um pequeno detalhe, este seria mais um de muitos.
Como no cartaz referenciava em Pontecessures deveriamos deixar as setas amarelas, em plena avenida para o centro de Padrón, fomos seguindo as setas vermelhas. O caminho levou-nos para a margem do rio Ulla e em pleno bosque de dificil acesso.
Já de volta ao asfalto mas pelas verdejantes margens, cumprimentámos um caminhante que trazia uma pequena cadela, pastora alemã! Sentimos que aquela pessoa não nos era estranha e que algo dizia que a iriamos reencontrar. Assim foi, despediu-se dizendo. "Logo vemo-nos"
Suspeitá-mos que fosse um peregrino solitário mais a sua cadela! Continuámos!
Do outro lado da margem avistava-se um convento de alguma dimensão, no meio do arvoredo. É ali, dizia cada um de nós, tal era a ansiedade de dar algum descanso aos pés. Era mesmo, depois de atravessarmos uma ponte para a outra margem cedo chegámos à zona do convento. Nã conheciamos, não se via ninguém na rua, mais nova apressou-se a descer a rampa ladeada de cruzeiros, estava ansiosa por parar e descansar!
Á porta, um cartaz! Hospital de Peregrinos de Convento de Herbón! Tocámos à campainha e rápido nos atenderam. Fomos bem recebidos por um francês que actualmente gere o Albergue, no entanto todo o espaço pertence ao convento.
Carimbados os passaportes e autenticados os BI´s, fomos para a zona de ralax, para os banhos e conhecer o local. Fomos convidados a participar numa missa de bencão ao peregrino, para nós, dada por 2 freis Franciscanos. Isso mesmo, este convento é gerido por Franciscanos e poderão imaginar o simbolismo que existe em cada pedra que o convento tem.
O convento foi fundado em 1396 e desde ai sofreu alterações de proprietários. Os Frades Franciscanos, embora não assumam, trouxeram a cultura do pimento desde a America do Sul para este local. Não vamos dar mais detalhes. O Frade Franciscano Roberto, que passeava com a cadela, apareceu aquando do nosso banho de pés numas águas bem geladas para acalmar as perninhas.
O jantar foi depois da missa e feito pelo Peter, um vegetariano que nos deliciou com Cous Cous e uma sobremesa de maça e iogurte com canela. No final veio um chã de menta. Foi uma refeição que durou algum tempo e que tivemos mais uma vez uma troca de esperiências e cnhecimentos que só neste camiho acontecem. Foi um privilégio estar por ali com gentes de tamanha simplicidade e humildade.
Se qiseres saber mais sobre o convento consulta http://sdecurrinho.iespana.es/Castelan/cherbon.htm
e também a história dos Pimentos de ....Herbón que pertence a... Padrón! http://www.apementeira.com/es/es_historiape.htm
Passada uma semana do regresso, são milhares as histórias que nunca conseguiriamos contar por aqui. Fica este bocadinho para todos e o resto, se nos perdoam, ficará para nós e para os nossos amigos mais chegados que nos acompanharam nesta viagem inesquecível!
Parece que já querem lá em casa voltar ao Caminho e fazer o Caminho de Finisterra a Santiago!
Si vas ó Convento de Herbón
Si vas ó convento de Herbón
vira polo direito,
vera-lo San Benitiño
botando auga polo peito.
Miña nai e maila túa
quedan no río berrando
por culpa dunha galiña
que tiña amores cun galo.
Unha perna téñoche eiquí,
outra no teu tellado;
mira se te quero nena
que estou escarranchado.
Um Abraço Galaico!