domingo, 28 de novembro de 2010

Carta aberta ao Dr. Lagido Domingues, Director do Parque Nacional Peneda Gerês

Exmo Senhor Director do Parque Nacional Peneda Gerês, Dr, Lagido Domingues,

como é de conhecimento público, os anos de 2009 e 2010 foram os piores anos de sempre no que respeita a matéria de incêndios florestais em toda a área do Parque Nacional Peneda Gerês.
Em função dos dados estatísticos obtidos no gabinete nacional de Protecção Civil e também consultando as várias corporações de Bombeiros (Arcos de Valdevez, Terras de Bouro), estes 2 anos simplesmente foram os piores de sempre e as áreas ardidas atingidas acabaram por ser as que ninguém imaginaria no único Parque Nacional.

Consultei os meios de prevenção existentes e a ser verdade, falharam completamente em todas as frentes.

Locais emblemáticos como a Calcedónia, o Vale de Vilarinho das Furnas, Mezio, Mata do Cabril, estão actualmente pintados de negro.

O objectivo desta minha carta é saber por parte da Direcção do Parque se as coisas vão continuar como em 2009 e 2010. Já todos sabemos que os vossos planos falharam e que os meios de prevenção nem sequer existem, além do facto de não existir vigia humana nos locais mais sensíveis e estratégicos do Parque, nos dias em que as condições climáticas ajudam os criminosos a arrasar o pouco que resta desta riqueza ibérica.

Como saberá o Sr. Director, o simples facto de colocar uma taxa de cerca de 200€ para uma família caminhar por exemplo da  Branda da Aveleira ao Marco Geodésico da Peneda é uma forma de expulsar aqueles que mais vigiam e amam a natureza deixando a mesma nas mãos de um Parque sem rumo e sem vigilância efectiva.

A ser verdade, o facto de existir uma "guerra" entre locais e o ICNB desde a entrada do PNPG para a rede PanParks, será por si só uma fonte de instabilidade e destruição do Parque.

Este Parque não se pode transformar num manto de cinzas e espera-se da sua parte um outro tipo de abordagem na protecção deste tesouro nacional bem como na alteração de toda a estratégia e meios de prevenção contra incêndios. Eu mesmo estou disponível para mobilizar quantas pessoas forem necessárias para vigiar o Parque.

Será que Miguel Torga gostaria de voltar a este Parque?

Agradecia portanto uma resposta esclarecedora da sua parte.

Os meus respeitosos cumprimentos

Habitante da Gallaecia

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Brandas de Sistelo - 13 quilómetros bem verdes!


Sistelo

Os Sete
E lá estavam eles, com as botas calçadas e preparados para mais uma Senda. O mapa era o elemento fundamental desta rota e como todos puderam perceber, este trilho está completamente sem sinalização. A que existe aparece apenas no fim.
O dia estava perfeito, ao subir os primeiros metros depressa começávamos a ter uma panorâmica invulgar do vale do Vez e da pitoresca aldeia de Sistelo.

O Pintas depressa se adaptou à ideia que iria ser um dia diferente e os mimos multiplicavam-se na sua direcção.!
Pintas sempre na frente

Depois da cota dos 600 metros entrámos num trilho em que as condições de progressão nos atrasaram e "picaram" durante 200 metros. Ultrapassado esse difícil obstáculo lá entrámos numa cumeeira que nos levou ao almoço e à Branda de Rio Covo. Mas que vista sobre o Rio de Outeiro, que rompe um desfiladeiro até chegar ao Vez.




Desfiladeido do Rio Outeiro

Com as barriguinhas cheias, lá fomos na direcção da Branda de Rio Covo, depressa chegámos às lamas da Corga de Saramangueira, num bosque espectacular, repleto de pequenos cursos de água, fauna e flora únicos e pinheiros de copa triangular que mais parecia terem sido cortados à tesoura para o parecer. Uma manada de bovinos Galegos espreitava enquanto avançava o grupo, o Pintas ainda estranhava aquele tamanho das criaturas mas acabou por se distrair com o desafio de saltar os riachos que levavam aquela água que tanto foge!



O chão eram folhas caídas e acabávamos por não sentir os pés a caminhar. A Branda do Alhal estava já ali à frente e o verde dos socalcos impressionou a todos. O trabalho dos Brandeiros continua por aqui, ainda encontrámos vida em duas das casas desta Branda que teima em não ser previligiada pela chegada da electricidade.
Pelo bosque da Saramangeira

Branda do Alhal

Descendo a serpentina até à estrada lá decidimos não arriscar a ida a Porta Cova. Os dias são mais pequenos e já se observava uma ligeira neblina a descer o vale do Vez. Aqui o respeito pela montanha conta muito e mais uma vez foi decisivo. Chegámos a Padrão e descansámos um pouco, as forças estavam para nos permitir mais uma surpresa no final. Coisas dos mapas.

Descendo para Padrão
 Seguimos por um carreiro que ladeava o Vez, até que o cruzámos. Já na outra margem e envolvidos no Trilho das Pontes o grupo já sentia o fim a poucos minutos. Enganaram-se, o mapa tinha guardado um trilho para obter umas excelentes fotos e também uma fantástica, rápida e vertiginosa descida até a uma ponte que nos fez atravessar o Vez e ao fim de 10 minutos chegar ao palácio do Visconde de Sistelo.
Vista de Padrão desde a Branda do Alhal

Pintas enfrenta mais um obstáculo


Brevemente teremos mais Sendas.





Padrão



Um Abraço Galaico





quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mais Um Biscoito do Saco.....06 de Novembroo vamos às Brandas de Sistelo

Trata-se de uma Senda que acompanha praticamente todo o percurso do Rio Vez, pouco antes de este nascer. Para os que tiveram oportunidade de fazer o trilho da nascente e vale glaciar do Vez, este complementa o anterior mas com um grau de dificuldade bem menor.

Os dados que tu queres saber:

Distância : 10 quilómetros
Dificuldade:pontualmente moderada, mas na maioria sem grande dificuldade
Altitude:vamos dos 270 aos 800 metros
Percurso:Circular, desde Sistelo, por várias Brandas e chegada a Sistelo

Tempo aproximado:4 horas
Concentração:Aldeia de Sistelo (coordenada a indicar)
Hora de partida:09:33
Hora de chegada:15:53

Hora de chegada ao Porto: 18:30










Um Abraço Galaico

Nota: Não te esqueças de confirmar a tua presença por sms.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Maratona do Porto, dia 7 de Novembro.

Pouco falta para esta prova rainha do atletismo. A cidade que muitos apelidam de invicta, será palco de mais uma edição que muitos tripeiros e habitantes dos arredores teimam em ignorar.

Interessante: Uma maratona tem a distância de 42kms e 195 metros, a melhor marca Olímpica pertenceu a Carlos Lopes que em Los Angeles, em 1984 percorreu esta distância em 2h09m21s.
Carlos Lopes bateu a marca olímpica com 37 anos, sim, 37 anos. Ao contrário de muitas modalidades do atletismo, a maratona torna-se ímpar devido ao elevado grau de exigência e sacrifício que a mente e o corpo humano podem superar. Não é para todos......!


Correr uma maratona é um desafio que qualquer humano, por mais planos de treino que execute, trará sempre surpresas e muitas vezes terminam em desistência.
A máquina humana está fisicamente preparada, sem aditivos, sem batotas, para aguentar uma corrida sem pisar o risco, sem ultrapassar o limite até sensivelmente 30 quilómetros. Exactamente 30 quilómetros, essa distância que todos os maratonistas enfrentam com coragem e com audácia, vontade e muito mais.

Eu mesmo, apenas uma vez me atrevi a tal proeza e superei todos os obstáculos que a prova me colocou.

Terminar uma maratona é algo ímpar de vida de um humano e torna-se numa história para contar para o resto dos nossos dias. Que o digam aqueles que regularmente enfrentam esta durissima prova e que cada uma se revela muito própria e singular. Um dos meus atletas de referência Dean Karnazes, cometeu a proeza de correr 50 maratonas em 50 dias. É uma das 100 personalidades mais influentes do mundo e começou a correr de verdade no seu 30º aniversário.

Em 1988. Rosa Mota entra também para a história do Atletismo Mundial. Nas Olimpíadas de Seul, a Rosa simplesmente transformou o alcatrão numa passadeira vermelha para a nossa bandeira. Correu, correu, correu e correu!



Deixo um apelo aos que ainda não começaram a treinar ou aos que por alguma razão ainda não podem correr uma maratona, que pelo menos vão assistir a esta prova que irá encher as marginais do Porto e Gaia de magia, de coragem, de audácia.

Ainda não posso correr uma maratona, mas irei estar presente e se conseguir acompanharei alguém que conheço pelo menos 2 dezenas de quilómetros, metade.


Aparece, até Domingo!

Um Abraço Galaico!