Escrevo sobre o PNPG no momento em que arde de forma incontrolável muita da floresta do Parque Nacional Peneda Gerês. Se fosse em Julho com temperaturas elevadas, acima dos 30º diriam que foi um cigarro mal apagado, um vidro que espelhou a luz do sol durante minutos e provocou as primeiras chamas. Nos últimos dias, embora com a falta de água que se faz sentir , alguém, mais uma vez aproveita para queimar a floresta e assim derrubar de forma irreversível a fauna e flora que locais como os dos últimos dias estão a ser alvos.
O Gerês já não tem governo, não tem lei nem tem rumo. É um Parque Nacional que apenas existe em decreto, sofre pelas mãos de criminosos que teimam em se afirmar pelas chamas as muitas guerras que tem com as direcções do PNPG, etc. O que vai sobrar no fim vão ser as fotos e as saudades de um Parque onde os Ursos buscavam o mel, as Águias percorriam os céus do Gerês, o entardecer de Outono projetava nas montanhas cores impares deste lugar.
Penso que nomear este Parque de "Nacional" já não faz sentido. Já fez!
Um Abraço Galaico!
O atraso civilizacional, e direi até mesmo mental, que muitas faixas da população ainda manifestam irá acabar quando desaparecerem as gerações menos educadas que ainda permanecem nas áreas rurais a viver dentro de um contexto social que desapareceu há muito.
ResponderEliminarEm quase todos os casos, os pirómanos são pessoas com pouca educação e oriundas de extractos sociais manifestamente desfavorecidos.
A tendência, quero crer, será a da diminuição assim que actividades como a agricultura e industria madeireira se vejam forçadas a integrar nos seus quadros pessoas com maior nível de educação.
Da mesma forma, a tolerância para com estes actos será cada vez menor mesmo dentro dos núcleos familiares que vivem destes actos criminosos.
Quanto ao estado, falido e desinteressado, não contemos com ele. O ano que se avizinha será trágico e histórico devido a uma seca sem precedentes desde que o ser humano tem registos meteorológicos na região.
As associações de voluntariado tem agora um papel decisivo para proteger o maior património natural do país. Os Portugueses costumam unirem-se em momentos de crise extrema. Esperemos que haja envolvimento e que, sobretudo, PERMITAM o mesmo, para que seja possível minimizar ao máximo a tragédia que já se avizinha.