quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aconteceu na Peneda.....por Borg!!!

Esta história que vos vou contar na 1ª pessoa só agora vai ser publicada pois as minhas preciosas patinhas apenas começam hoje a voltar ao estado normal.
Foi no Domingo, sim, acordaram-me bem cedo e logo percebi que iria perder os desenhos animados! Ok, onde iremos nós? Andavam aqueles 2 de um lado para o outro, com sacas, mochilas....e cheirava bem....parece que íamos passar o dia ao campo, pensei eu! Meteram-me na mala, mais uma vez fui obrigado a fazer surf dentro de um carro. Parámos lá para os lados de Leça do Balio e entraram 3 humanos, com os meus donos somavam 5. Todos na treta e eu a fazer surf, grrr!
Lá consegui adormecer, mas passado 1 hora começou o inferno de curvas que acalmou com a passagem pelo Soajo. Felizmente, pois estava quase a fazer nas calças....! Sorte a deles que eu não limpo!

Lá chegámos à Sra. da Guia e mal saio do carro sou obrigado a impôr o meu respeito perante os locais.
Enquanto calçavam as botas aproveitei para marcar território, inclusivé no GPS do guia que mal percebeu me chamou de atrevido! AhAhAh, azar! Começamos logo a descer e deduzi que iriamos parar uns metros à frente para fazer o pic-nic. Não, enganaram-me e bem, não paravam de andar por Sendas que cheiravam a tudo menos ao que estou habituado. A sorte era que matava a sede de metro a metro quase, tais eram os cursos de água por ali. Xiu, disse o guia, temos gado no horizonte. Ok, vai começar a festa e se não fosse o meu Pai ia mesmo jogar uma futebolada com aqueles seres enormes. Dava jeito irem à baliza!
Passada a Branda da Aveleira e aquelas criaturas enormes passamos pelo bosque do Batateiro, Lameira da Portela e ainda havia sacos de sobra do dia L. Fomos então por uma Senda que ladeava o pico da Giesta. Andávamos nós pelos 1000 metros e o calor já começava a fazer esvaziar as reservas de água. Falar em água, ali ao lado do Golo da Areia encontrámos uma represa bem agradável e deu para refrescar as minhas patinhas que já vinham a fumegar! Lá continuámos em direcção a Outeiro de Bois quando um humano aparece em sentido contrário. Era mais um montanheiro conhecido e provou que é na montanha que se sente bem! Juntos continuámos com o grupo reforçado em busca de um lugar para parar e comer algo, sim comer! Trouxeram-me bolinhas para aquela altitude quando esperava uma caçarola de frango estufadinho e uns ossinhos para me estender no chão a roer....! Não comi quase nada, só queria era beber, beber....beber! O guia espreitava pelos binoculos e dizia que num ponto lá no alto, do outro lado do Vale ficava o Alto da Peneda!
Pensei que estava a brincar, mas o pior é que não estava. Lá tive que me levantar de novo porque os humanos não gostam de descansar, é só andar, andar e andar.  Seguimos então em direcção ao lugar onde o Rio Vez é ainda uma criança, em Lamas do Vez, deu para mergulhar as patas e brincar com todo o grupo. Estes lugares são mágicos e temos que aproveitar estas oportunidades para refrescar.

Continuámos mas desta vez não parávamos de subir, sempre sem parar, pelo Chã da Pela e até ao Chã da Cruz onde aproveitámos para tirar a foto da praxe.

Dali ao Alto da Peneda era uma questão de minutos, dizia o guia. O pior foi o que começou a acontecer às minhas patinhas, tojo e mais tojo arranhava e muitas vezes doia que se fartava. Mas eu estava ali para me divertir e isso passava para segundo plano. Chegámos ao lugar que tinhamos passado a manhã a olhar ao longe. Uns atreveram-se a subir e outros foram dar ao dente. Até eu comi umas bolinhas.
Subitamente o guia desapareceu, e voltou a correr para dar a noticia que ninguém esperava. Havia neve e a brincadeira estava instalada por lá. Eu não gosto de brincadeiras, adoro! Enchi-me de neve por todo o lado enquanto eles se divertiam a atirar bolas uns aos outros e até a mim. Que delicia deitar sobre aquele fresquinho e com aquela panorâmica.
Foram momentos que ninguém estava à espera!
O pior veio a seguir, que o digam as minhas patinhas pois já tinham quase 17 km´s cada uma e ainda faltava uma Senda que de Senda não tinha nada. O guia começou a estudar bem o mapa pois pelo que dizia a Senda estaria com progressão limitada devido à densa vegetação que cresceu com as chuvas deste Inverno. Lá fomos e eu sempre no comando do pelotão esperava o momento de dar a "sapatada" e chegar em 1º. A descida do Pedrinho com o Alto da Preguiça à frente foi tudo menos o que eu esperava. Mas em bicos de patinhas lá cheguei à Branda de Real onde assisti a 2 consecutivos "malhos" de um humano. Houve quem pedisse "bis"!
Chegava a hora da intrepretação do Vale Glaciar e valeu bem a pena porque os Blocos Erráticos estavam lá, as Moreias e o Vale em U. U U U, assustei-te?
Até aquele momento não ladrei e assim me mantive, cada vez que descia de gás colado recebia sempre mimos no final. Foi um dia em grande! A caminho da Branda do Furada o guia desapareceu com um rolo branco de papel na mão. Passámos a Branda e voltámos a cruzar o Vez. Sim, aquela água voltava a aliviar a minha sede e eu parava. Precisava de parar e alguns diziam que faltava muito pouco.

Voltámos à Senda, cheirava que terminaria a uns metros, mas não. Aquele Km deu para acabar com as nossas reservas! Por fim já se via a Capela da Sra. da Guia. Ufa, finalmente!
Seguimos viagem para uma curta paragem no Soajo. O resto da viagem foi a aturar o guia a sugerir um titulo para este relato que acabo agora de redigir. Acho que ninguém suportava ouvir o rapaz, mas fizeram um esforço! Afinal estávamos ali bem satisfeitos pela Senda que nos levou e seguros que não no vai deixar descansar por muito tempo! Eu por mim estou sempre pronto, mas estou a pensar comprar uns sapatos para evitar o tojo.

Este trilho foi para mim uma aventura que não esperava e confesso que passei a segunda-feira a dormir e a recuperar de tal proeza física. Já andam para ai a falar no dia 2 de Maio para realizar outro passeio. Vai estando atento porque parace que o guia não quer que ninguém arrefeça as patinhas e as perninhas!

Uma lambidela Galaica!

Borg

Sem comentários:

Enviar um comentário