terça-feira, 27 de abril de 2010

Era uma Vez.....! Vamos à Serra D'Arga no Domingo (2 de Maio)

Agora que a Primavera se faz notar, nada melhor que caminhar por uma das Sendas mais emplemáticas da Gallaecia Sul. Sim, especial por muitos motivos, como a vista sobre o Minho, sobre o Atlântico, a Costa da Gallaecia Norte, actual Galiza. Conheces a Lenda desta linda Serra? A Lenda da Serra d'Arga


Era uma vez um rei chamado Evígio, forte e severo, que ocupava o trono visigótico da Península Ibérica, parte do qual se estendia pelas terras férteis que, séculos mais tarde, iriam constituir Portugal.


Evígio tinha uma filha única, de nome Eulália, muito bela, luz dos seus olhos, prometida por ele em, casamento ao valente guerreiro Remismundo, que desejava como seu sucessor. Mas Eulália amava outro.
Amava o jovem Egica, de nobre sangue real, também ele valoroso, é certo, mas cujos amores com Eulália o rei Evígio contrariava, preso ao compromisso tomado com Remismundo. Porque o coração se lhe negasse a aceitar a decisão paterna, Eulália resolveu fugir com Egica para longe do seu reino, onde encontrassem, juntos, a felicidade desejada.


E, numa certa noite escura, ambos, escapando à vigilância de servos e soldados, cavalgaram livres, para outros lugares mais amáveis.


Ao saber da fuga dos jovens namorados, logo o rei enviou um poderoso exército em sua perseguição. Conscientes dos perigos que corriam, Eulália e Egica procuraram ocultar-se o melhor e o mais breve possível da ira de Evígio.


E, debaixo de uma violenta tempestade, chegaram à vista de uma alta serra, chamada Medúlio, próximo da Galiza, onde fora construído o Mosteiro Máximo, conhecido de Egica, pois ali residia um velho amigo seu, Frei Gondemaro, decerto pronto a acolher, com satisfação e carinho, o par de fugitivos.


Vencendo as fúrias do vento rude e da chuva insistente, não tardaram a bater às portas do Mosteiro e a cingir os braços generosos do monge, que prontamente lhes ofereceu uma mesa abundante e o repouso dos leitos.


A manhã seguinte, trazendo consigo um Sol radioso, desvendou, aos olhos da princesa e do cavaleiro, panorama deslumbrante de campos semeados, densos e verdes arvoredos, águas rumorejantes de riachos, rebanhos brancos de ovelhas, o mugido melancólico dos bois, um pulsar de vida selvagem entre as brenhas, uma festa de pássaros nos ares.


E Eulália, encantada com o que via, exclamou:

- Porquê, chamar Medúlio ao esplendor e prosperidade desta serra, e não Agro como merece?


Respondeu-lhe o irmão Gondemaro:



- Razão tendes. Pois toda esta riqueza se deve ao trabalho agrícola, de Sol a Sol, dos nossos bons monges que a cultivam sem fadiga e com muito amor.


Rogou-lhe, então, o par de enamorado que, nesse dia magnífico, Gondemaro o casasse, antes que os homens de Evígio o descobrissem e levassem prisioneiro.


Fez-lhe o frade a vontade, no segredo do altar florido, ante a benção da cruz sagrada. Depois, Eulália e Egica partiram para novo reino, ainda mais distante do poder do rei ofendido.


Mas Eulália, ainda junto do seu amado, sofria de saudade do pai e da sua pátria, e levava os dias em lágrimas.


Até que chegou, por fim, ao castelo onde o casal morava, o velho monge do Mosteiro Máximo. Vinha exausto da viagem penosa, tão demorada e tão cheia de perigos.


Mas trazia boas notícias!

O rei Evígio, também saudoso da filha querida, estava pronto a perdoar a desobediência e a fuga, se Eulália lhe desse um neto varão, para o perdão do rei e o regresso feliz dos exilados.



Porém, antes de alcançarem o palácio de Evígio, perante a estima e o respeito de todos, quiseram voltar àquela altiva serra, onde haviam casado, chamada, agora, Serra de Arga, pois o povo, na sua ignorância, havia deturpado para Arga a palavra Agro, raiz da palavra Agricultura, com que Eulália justamente apelidara.
E assim a Serra ficou chamada até aos nossos dias, com a beleza da sua paisagem doce e agreste, cada vez mais fecunda e arroteada, com o bulício da sua fauna e pujança da sua flora, recebendo os louvores entusiásticos de quem lhe sobe aos altos e lhe desce aos vales, na devoção das romarias, escutando o balir manso dos rebanhos, o reboar dos sinos, o estrondo dos foguetes na lisura dos céus.
 
O percurso terá aproximadamente 14 km´s de distância e uma duração entre 4 a 5 horas. O grau de dificuldade é médio e teremos registo de GPS.
A partida está prevista para as 09:00 locais na aldeia de Arga de S. João. O final, claro, passará pelas apetitosas bolas n "Natário" em Viana do Castelo.
 
Até Domingo
 
Um Abraço Galaico
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário