quarta-feira, 31 de março de 2010

Borg, um Galaico de quatro patas a caminho da Peneda

Pois está...pensativo! O melhor amigo do homem Galaico só pode ser um cão Galaico. Este amigo de quatro patas é o nosso montanheiro especial na Senda ao Vale do Vez a realizar no próximo dia 11 de Abril. Chama-se Borg e como todo o povo Celta que habitou na nossa Gallaecia tem caracteristicas de guerreiro, fiel e protector. Com certeza que qualquer Lobo Ibérico pensará duas vezes antes de investir na nossa direcção. Fica a promessa de revelar uma foto do nosso Borg num dos pontos mais altos da Gallaecia a 1374 metros.
Um Abraço Galaico 

sábado, 27 de março de 2010

Senda à Nascente e Vale do Vez - Antevisão

Em véspera de umas mini férias de Páscoa e com a hora de Verão a entrar, aproxima-se uma das Sendas mais bonitas da Gallaecia. Vamos ter um Galaico especial, de quatro patas e com certeza que vai adorar. O marco geodésico da Peneda será um dos lugares de passagem mas também um privilégio lá chegar, pois as vistas, o ar e toda a envolvente são únicas.
Lamas do Vez é também um local de rara beleza, onde nasce o Rio mais limpo de Portugal, o Rio Vez.
Um dos locais a visitar e por onde iremos passar será a aldeia da Branda da Aveleira. Se não sabes o que é uma Branda, durante a Senda saberás....ao vivo.....!
A Branda da Aveleira é hoje um conjunto rural com grande orientação no turismo rural e localiza-se no inicio da Senda. Se quiseres pernoitar por lá tens excelentes condições de alojamento, consulta o site http://www.brandadaaveleira.com/ . Teremos passagens por mais Brandas, como a do Furado.
Altos vão ser inúmeros. O Alto da Preguiça, já com cerca de 14 km´s é um deles. O percurso terá a distância de cerca de 16 km´s e 95% em terreno pouco técnico e pouco exigente. É considerada uma Senda suave mas os 3 km´s de ascensão até aos 1374 do Alto da Peneda poderão fazer estragos em alguns pés mas que serão recompensados no final. Depois desceremos ao lado do Vez até à Branda do Furado, em travagem constante e com a vista sobre o vale Glaciar. Terminaremos no ponto de partida 7 horas depois de termos começado e com as pausas contabilizadas, isto é, tempo total com pausas incluídas.

O programa definitivo será divulgado 3 dias antes e caso existam condições climatéricas favoráveis previstas para o dia da Senda.

Um Abraço Galaico

quinta-feira, 25 de março de 2010

Diário da Serra Amarela

Eram 7:00H da manhã do dia 14 de Março, tinha chegado o momento de pegar nos sacos e arrancar estrada fora até o destino. Não foi necessário carregar muitas mochilas pois levámos apenas o necessário para o percurso, a viagem foi longa, com uma curta paragem em Rendufe para um café.
Continuamos a percorrer a estrada até a bonita barragem do Rio Homem, onde fizemos uma curta paragem para esticar as pernas, para a viagem terminar só faltavam uns metros até ao restaurante '' O Abocanhado'' onde mais á frente estacionamos.
Calçamos as botas, vestimos os casacos e colocámos as mochilas às costas e seguimos pelo trilho que estava só no inicio.
Depois de três km já percorridos paramos pela primeira vez para comer qualquer coisa junto de uma mariola. Seguindo caminho e sem perder tempo continuámos o caminho passando por varias casarotas, mas o caminho nao acabava ali, ainda tinhamos muito que caminhar ate ao nosso destino. As famosas antenas de televisao.

No caminho até lá, passamos por maravilhosas paisagens, como o vale do rio homem e varios desfalideiros. Mas nao foram só estas bonitas e maravilhosas paisagens que nos fascinaram, também os animais nos captaram a atenção.
Tinhamos chegado ao nosso destino e lá paramos para almoçar, seguindo o caminho de regresso.



O caminho de regrsso foi o mesmo , finalmente  tinhamos chegado ao ponto de partida e terminado o percurso.

O percuso tinha sido agradavel e ficamos ainda com mais vontade de fazer outros percursos.******fim******

Beijinhos de uma Galaiquinha! Até à Peneda! 

sábado, 20 de março de 2010

Mais Um Biscoito do Saco! Vamos ao Vale Glaciar do Vez....calça as botas!

Olá, a pedido de várias familias, o nosso proximo destino será a Serra da Peneda. Iremos abordar toda a zona da nascente do Rio Vez (o mais limpo da Europa) e caminhar pelo seu percurso que outrora fez parte de um glaciar.

Este precurso terá a particularidade de ser possível interpretar os vários elementos geomorfológicos existentes na zona e assim localizar os testemunhos da fase glaciar que existiu nesta àrea do Parque Nacional.

A data para a realização do percurso é a de 11 de Abril. O programa será divulgado apenas 2 dias antes (sexta-feira, dia 09 de Abril) e caso existam previsões meteorologicas favoraveis para a realização do passeio.

Um Abraço Galaico

quarta-feira, 17 de março de 2010

Etapa 2 - de Rates a Barcelinhos

Entramos no concelho de Barcelos, por Macieira de Rates, passando o Alto da Mulher Morta seguindo um caminho de terra batida, ladeado por velhos muros de pedra que limitam bouças e propriedades agrícolas, até à freguesia de Courel, onde existe um núcleo habitacional de carácter agrícola bem preservado. Aqui será feito um pequeno desvio, passando pela Igreja Paroquial e retomando um caminho primitivo mais à frente.

O Caminho de Santiago continua, já na freguesia de Gueral, e perde-se dentro de uma Quinta murada - a Quinta do Loureiro. Aqui, e no seu interior, encontram-se umas Alminhas abandonadas, que temos de contornar e seguir em piso asfaltado.

Em Pedra Furada vale a pena ver a enigmática "pedra furada", junto à Igreja Paroquial, que dá o nome à freguesia. Passaremos depois pela Capela da Senhora das Brotas.

Entre as freguesias de Pedra Furada e Góios ter-se-á de seguir a Estrada Nacional, que decalca o Caminho de Santiago, não havendo alternativa (Cuidado).

Ao entrar em Pereira, o percurso, logo a seguir à Capela da Senhora da Guia, segue por entre caminhos empedrados. Nesta freguesia convida-se a visitar o Monte da Franqueira, com o Castro e Castelo de Faria, o Convento do Bom Jesus da Franqueira, o seu Calvário com capelas e a Ermida de Nossa Senhora da Franqueira, onde se realiza uma peregrinação, no 2º domingo de Agosto, sendo trazida a imagem desde a Igreja Matriz de Barcelos. Este local é também um excelente miradouro sobre a orla litoral.

Já em Carvalhal, atravessando a actual estrada de acesso ao Monte da Franqueira, o Caminho passa junto das Alminhas de Portocarreiro e da Capela de Santa Cruz, ligando depois ao lugar de Mereces, já em Barcelinhos.






Um Abraço Galaico

domingo, 14 de março de 2010

De Brufe à Louriça.....até deu para ver o mar!

Pois é, foi mesmo uma surpresa, ao fim de muitos anos, vimos o mar, sim o mar, o mar desde o Gerês. O vale do Homem e por fim o Cávado encontram o Atlântico. Sensação estranha de saber que a água que nos passa ao lado algum dia há-de lá chegar.
Hoje foi um dia singular, ímpar nas nossas vidas. Foi um tremendo passeio, exigente, longo, imponente e de no final dizer que valeu a pena.

Brevemente as histórias desta aventura para recordar para sempre. Que o digam as nossas unhas dos pés....! Até ficámos sem travões!

Um Abraço Galaico!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Programa para Domingo (14 de Março de 2010) - Serra Amarela

09:30 - Concentração na Aldeia de Brufe, junto ao estacionamento do Restaurante "Abocanhado"
09:45 - Partida para a Senda da Amarela
12:00 - Pausa prevista para almoço
16:00 - Chegada a Brufe e final da Senda da Amarela
17:00 - Regresso a casa (Via Telheiro)

Temperaturas previstas Minima de 7º e Máxima de 16º
Durante o percurso será dada formação de orientação por carta militar para os interessados

Normas de Conduta e Cuidados Especiais



- Respeitar o Guia e nunca o perder de vista;
- Respeitar a propriedade privada;
- Fechar as cancelas e portelos;
- Não colher amostras de plantas ou rochas;
- Evitar barulhos e atitudes que perturbem a paz do local;
- Observar a fauna à distância preferencialmente com binóculos;
- Não danificar a flora;
- Não fazer lume;
- Não abandonar o lixo, levando-o até um local onde haja serviço de recolha;
- Cuidado com gado. Embora manso não gosta da aproximação de estranhos às suas crias.

Sobre Brufe:

Brufe


Contexto Histórico-cultural

Brufe encontra-se na vertente da serra Amarela, em fronte com a freguesia de Carvalheira e a montante com a albufeira de Vilarinho das Furnas, onde outrora vigorou a aldeia comunitária de Vilarinho das Furnas.

A aldeia de Brufe revela um elevado patrimonio rural que denuncia o enraizamento de culturas e tradições peculiares, símbolo arcaico das comunidades oriundas dos territórios de montanha. O conjunto habitacional, organizou-se ao longo de terrenos acidentados e, hoje, constitui uma aldeia turística composta por construções arquitectonicamente simples, de sólidas paredes de alvenaria granítica e madeiramentos a ornar as varandas e janelas. Os espigueiros, eiras, sequeiras e moinhos-de-água perfazem um ambiente harmonioso, eminentemente rural.
A matriz encontra-se entre os dois únicos lugares da freguesia: Cortinhas e Brufe, reconstruída em 1881/82, tendo como orago o Divino Espírito Santo.
Identificação/Constituição dos aglomerados habitacionais
Cortinhas e Brufe
População Residente
57 habitantes
Colectividades:
Junta de freguesia, sita no lugar de Brufe e Conselho Directivo do Baldio de Cortinhas.
Equipamento/Infra-estruturas sociais e educativas
Centro Cultural de Brufe
Animação Cultural
Festas e Romarias
Festa do Espírito Santo (Maio ou Junho)
Património Histórico-cultural
Aldeias de Cortinhas e Brufe, fojo-do- lobo de Brufe, serra Amarela, trincheira, fojo do lobo de vilarinho, casarotas e colmeias ou silhas dos ursos.
Actividades económicas
Agricultura, pastorícia, artesanato, restauração, serviço de alojamento na modalidade TER.

Até Domingo! Um Abraço Galaico!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mais Um Biscoito do Saco! Domingo vamos à Serra Amarela

Finalmente o mês de Março traz algum Sol e abre o apetite para caminhar pela Serra. A tão adiada Senda da Amarela está ai mesmo à porta. Marcada para este Domingo de Março. Vamos aproveitar para visitar o Jardim do Nosso Buga e deixar a conversa em dia. Se quiseres vir, já sabes! Vai estando atento, que o programa será publicado o quanto antes.

Um Abraço Galaico

segunda-feira, 8 de março de 2010

Etapa 1 - pela Via Veteris, atravessando o Este pela Ponte dos Arcos

Desconhecem-se as origens exactas desta ponte. Em 1136, a povoação dos Arcos já existia e o topónimo não pode ser dissociado de uma primitiva estrutura de passagem que aqui existiu, cuja relevância regional, monumentalidade e, muito provavelmente, antiguidade, conferiu à localidade o seu próprio nome, confundindo-se ambas as realidades. Tal facto assegura que, logo nos inícios do século XII a ponte já existia, mas não conseguimos identificar a época precisa da sua primeira configuração, sendo certo que pode ter pertencido ao período romano, embora nenhum elemento material o sugira.


Na Baixa Idade Média, a estrutura integrou o principal caminho do entre-Douro-e-Minho que ligava o Porto à Galiza. "Por ter menos uma légua que a estrada por Braga com o mesmo destino, este parece ter sido, segundo alguns indicadores históricos, o caminho mais seguido para Compostela" (ALMEIDA, 1998, p.349), sintomaticamente designado por karraria antiqua ou via veteris. Assim, o caminho até agora identificado ligava a cidade da foz do Douro à ponte sobre o rio Ave e ao Mosteiro da Junqueira. A partir daqui, precisamente pela ponte dos Arcos, o itinerário dirigia-se para Rates, local de um dos mais importantes cenóbios nacionais dos séculos XII e XIII e ponto central na densa malha de caminhos da região, seguindo depois para Barcelos. A vantagem desta estrada não era só sobre a de Braga, mas também em relação a um outro eixo viário ainda incipiente nesta altura (mas de grande sucesso nas épocas moderna e contemporânea), que privilegiava as zonas do litoral. Este caminho, conhecido como da "Beira-Mar", tinha várias desvantagens, entre as quais o clima mais ventoso, as dificuldades inerentes à passagem sobre as fozes dos rios e a inexistência de verdadeiros centros urbanos, como Braga, Guimarães ou Barcelos.

Provada a centralidade de São Miguel dos Arcos no contexto regional em que se insere, importa deixar claro que a estrutura que hoje observamos dificilmente corresponderá à referida em 1136. Muito menos parece ter tido a sua origem em 1144, segundo uma inscrição recente, gravada em silhar das guardas da estrutura, informação eventualmente lendária e transposta para a pedra "por ocasião de alguma reparação executada na ponte" (RIBEIRO, 1998, p.141). As suas características construtivas são se afastam do período românico, mas é provável que date já do século XIII, centúria de grande actividade construtiva na área da pontística.

Tipologicamente, estamos perante uma estrutura harmónica e simétrica, com um arco maior central ladeado por outros dois, de menores dimensões e idêntico perfil entre si. Os vãos são volta perfeita, compostos por aduelas compridas e estreitas, de extradorso ligeiramente irregular e o arco médio apresenta algumas fissuras entre as aduelas e o núcleo de enchimento. Como sistemas de reforço estrutural existem dois talhamares triangulares a montante, a ladear o arco central, e outros dois a jusante, de secção rectangular. O enchimento é feito com silhares relativamente bem aparelhados, dispostos horizontalmente, apresentando algumas fiadas alguns sinais de desagregação. O tabuleiro é em cavalete de dupla rampa, com acentuado pronunciamento proporcionado pela composição harmónica dos vãos, e é protegido lateralmente por guardas em granito.

Em anos recentes, a parte superior da ponte foi alvo de melhoramentos, contando-se o revestimento do pavimento e o prolongamento das guardas com estruturas metálicas e grelha de arame. Antes disso, em 1908, erigiu-se, num dos acessos ao pavimento, um padrão comemorativo dos Viscondes de Faria Machado e um conjunto de alminhas. Classificada desde 1982, tem-se assistido, nos últimos anos, a um progressivo desgaste estrutural, a que a passagem de trânsito rodoviário de ligeiros não é alheio. Para além disso, as margens necessitam de melhor regularização de caudais e a própria ponte é ameaçada por arbustos, cujas raizes penetram fundo na estrutura.
 
Um Abraço Galaico

Etapa 1 - pela Via Veteris, depois da Ponte de D. Zameiro até ao Alto da Cividade em Bagunte

Localizado numa elevação bastante proeminente, este povoado fortificado da Idade do Ferro, e posteriormente romanizado, ocuparia uma considerável área, com cerca de 325 m de comprimento por 150 m de largura. Possuía, pelo menos, cinco linhas de muralhas defensivas, no interior das quais foram detectadas estruturas habitacionais de planta predominantemente circular e rectangular, agrupadas em aparentes "quarteirões".

Um Abraço Galaico

A fase medieval do antigo mosteiro de Rates constitui um dos mais importantes capítulos da arte românica em Portugal. A sua importância na história monacal nacional, as relações que então estabeleceu com os poderes dirigentes e a relevância das formas arquitectónicas e escultóricas aqui empregues fazem deste monumento um verdadeiro caso de estudo, cujas conclusões ultrapassam, em muito, o mero conteúdo monográfico e reflectem-se em toda a produção românica do nascente reino de Portugal.


As suas origens antecedem, todavia, a nacionalidade. A lenda perpetuou a existência de um estabelecimento cristão patrocinado por São Pedro de Rates, mítico primeiro bispo de Braga, hipótese que, como foi demonstrado, remonta essencialmente ao século XVI (GOMES e CARNEIRO, 2003, p.218). Os vestígios materiais mais antigos identificados no local recuam à época romana, designadamente fragmentos de Sigillata Clara (REAL, 1982, p.9, nota 11), mas os elementos que podemos relacionar com a igreja datam já do período asturiano-leonês. A partir do estudo de Manuel Luís Real (1982, pp.7-12), foi possível concluir pela existência de uma fase construtiva verificada entre os finais do século IX e os inícios do seguinte, a que correspondem numerosos fragmentos, entre os quais aximezes, um capitel prismático vegetalista e um altar decorado com cruz. Nas recentes escavações, o conhecimento acerca do templo pré-românico alargou-se a outros elementos, casos de um aparente ante-corpo ocidental (GOMES e CARNEIRO, 2003, p.242), provável narthex do templo pré-românico. Nesta parte do edifício, foi encontrada uma estela romana, posteriormente cristianizada pelos séculos VI-VII (IDEM, p.255) e, ainda depois, reaproveitada na fase pré-românica.

O edifício de tradição asturiana foi totalmente substituído nas centúrias seguintes. Nos finais do século XI, o conde D. Henrique promoveu a renovação do templo, monumento de que restam também importantes vestígios, apesar de também profundamente alterado nos séculos XII e XIII,. "Em traços gerais, seria uma igreja com planta de três naves, cinco tramos e transepto. A cabeceira aproximava-se muito da actual. O mesmo se pode dizer da volumetria do edifício" (REAL, 1982, p.14).

A construção românica propriamente dita iniciou-se no segundo quartel do século XII. Ela desenvolveu-se ao longo de um século, com avanços e recuos próprios de um estaleiro de longa duração, cujos trabalhos entraram pelos conturbados tempos de finais do século XII. Graças aos estudos de Carlos Alberto Ferreira de Almeida (1975, 1978, 1986 e 2001), podemos equacionar a existência de três momentos da construção românica, os dois primeiros marcados por assinaláveis recursos, e a que se deve o essencial da construção (incluindo as fórmulas decorativas da cabeceira e portal lateral Sul). No período de crise do reinado de D. Sancho I, quando as fronteiras do reino se encurtaram perigosamente, o estaleiro perdeu fulgor e o programa construtivo e decorativo da fachada principal foi reduzido, reaproveitando-se aduelas concebidas para o portal nas arcadas das naves.

Os avanços e recuos das campanhas românicas conferem ao monumento um estatuto ímpar, multiplicando-se as influências estilísticas, de Braga, de Coimbra, de França (Borgonha), etc. O programa iconográfico do portal principal, apesar de drasticamente reduzido, é um dos mais completos do nosso românico. No tímpano, Cristo envolvido por mandorla, é ladeado por dois profetas que espezinham duas outras figuras, que Ferreira de Almeida entende representarem "sem dúvida, Judas e o herege Ario" (ALMEIDA, 2001, p.157). No portal lateral Sul, o tímpano é envolvido por um arco cairelado e ostenta um Agnus Deiacompanhado pelos símbolos dos Evangelistas.

Muitas transformações aconteceram ao longo da História do mosteiro, que haveriam de culminar com o restauro efectuado pela DGEMN, o qual logrou reconstituir a cabeceira original, tripartida, escalonada e de planta semicircular.

Um Abraço Galaico

Etapa 1 - pela Via Veteris, atravessando o Ave pela Ponte de D. Zameiro

A ponte de D. Zameiro é uma das várias estruturas de passagem que existiram sobre o rio Ave ao longo da História. A sua origem deve buscar-se à época romana, apesar de a configuração actual não possuir qualquer indício de uma cronologia tão recuada. Nessa altura, a ponte era parte integrante da Via Veteris (designada, na Idade Média, por Karraria Antiqua), uma estrada que, partindo do Porto, ligava à Maia e a Rates, passando o rio Ave na ponte de D. Zameiro e o rio Este na ponte dos Arcos.


A ponte que actualmente existe é o produto de uma (re)construção da época medieval, com grande probabilidade executada no século XII, uma vez que o testamento de D. Fernando Martins, de 1185, já a refere, e outras indicações da primeira metade do século XIII confirmam a sua existência.

É uma estrutura de apreciáveis dimensões mas heterogénea, composta por oito arcos de volta perfeita, assimétricos entre si, existindo alguns de vão mais amplo, cujo ponto de maior elevação é imediatamente abaixo do tabuleiro, e outros de menores dimensões, sobressaindo a sua abertura pouco acima do leito do rio. Entre eles, existem talhamares a montante, de perfil triangular, e talhantes a jusante, de secção quadrangular, elementos que desviam o curso das águas e reforçam os pontos de apoio da ponte. O aparelho é regular e revelador de uma relativa qualidade construtiva, dispondo-se em fiadas horizontais, ainda que os silhares apresentem grandes diferenças entre si. As aduelas dos arcos, pelo contrário, são bastante homogéneas, de desenho fino e comprido, sendo mais um elemento que comprova a qualidade da obra medieval.

O tabuleiro é ligeiramente rampante, mas dominado pela horizontalidade, facto que pode ter explicação na sua ascendência romana, que tão claramente se afasta dos típicos duplos cavaletes das pontes medievais. É protegido por guardas em cantaria, de silhares mais regulares que os do enchimento, tendo o pavimento original sido substituído aquando do recente restauro.

Apesar das obras de consolidação e de desobstrução de arvoredo efectuadas na década de 90 do século XX, em 2001 deu-se a derrocada de um dos arcos, o que obrigou a uma intervenção mais profunda. Os trabalhos então executados foram praticamente integrais, reforçando-se todas as juntas do aparelho com cimento, aplicando-se uma manta de asfalto sobre o pavimento e reconstruindo-se a parte do arco em falta. Em Outubro de 2003, findo o restauro, foi possível verificar a radicalidade da intervenção, que "mascarou" o monumento com uma capa de modernidade.

Ao longo dos tempos, esta secção do rio Ave foi densamente ocupada e explorada pelas populações, instalando-se, nas suas margens, diversos equipamentos, de que são exemplo um açude, duas azenhas e um moinho. Estes imóveis, cuja laboração aproveitava a existência da ponte para permitir a passagem de pessoas e de bens, são de construção popular e utilitária (por isso, mais vulneráveis à erosão do tempo), mas a sua conservação impõe-se como testemunho de um outro tempo, em que o rio foi fonte de rendimento e de sobrevivência, de atracção e de fixação das populações que humanizaram esta paisagem.

PAF

terça-feira, 2 de março de 2010

Um Desporto para Todos. Para Ti e para Mim!

Pois é! Este Blog tem Orientistas como autores. O que é isso de Orientação? São uns tipos que se metem na bouça a correr...Não, quer dizer...nada disso.

É claro que não! Faz parte da cultura geral, ou melhor, deveria fazer, mas as escolas ignoram. É uma modalidade que todos podem participar, em qualquer idade em qualquer lado, em qualquer momento da vida! As Regras http://www.fpo.pt/

Não vale a pena escrever muito sobre esta modalidade fantástica em que tu e toda a tua famila podem praticar juntos. Tens que experimentar.

Deixo aqui uma carta aberta à Sua Excelência o Sr . primeiro Ministro José Socrates, escrita pelo amigo Joaquim Margarido e que em tudo retrata a realidade da modalidade no noso país e o muito que ainda falta fazer por ela.

http://orientovar.blogspot.com/2010/03/na-ordem-do-dia-carta-aberta-ao.html

Um Abraço Galaico