quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Xacobeo 2010 - A Porta Sagrada Vai Abrir


Dia 31 de Dezembro será aberta a Porta Sagrada da Catedral de Santiago de Compostela e marcará o inicio do Ano Santo de 2010.

A Porta Santa é um dos lugares mais importantes e simbolicos da Catedral e só pode ser atravessada durante todo o Ano Santo.  Trata-se de uma porta situada na fachada da catedral que dá para a Praça de Quintana, uma das maiores da zona antiga de Santiago e é um objectivo dos peregrinos que chegam a Santiago para ganhar o Jubileu.
A Porta Santa está sempre encerrada e apenas se abre em Ano Santo, com uma bonita e concorrida cerimónia celebrada a cada 31 de Dezembro do ano anterior ao começo do novo Ano Santo. O Ano Santo apenas ocorre em anos que o dia de Santiago acontece num domingo (25 de Julho). Isto acontece cada 6,5,6 e 11 anos, por esta ordem. Com certeza o próximo é em 2010.

O Jubileu é "ganho" quando se visita a Caterdal em Ano Santo, passando pela Porta Santa e assistindo à missa.

A Porta Santa tem uma fachada em que estão gravados em pedra o Apostolo Santiago e seus discipulos Teodoro e Anastacio. Em volta existem esculturas de profetas, apostolos e patriarcas.
Dentro da Catedral podemos ver a porta por dentro, de bronze e com diversos motivos simbólicos da história do Cristianismo e de SAntiago. Esta porta em bronze é muito recente (2004) e foi criada pelo escultor compostelano Suso León.
 
 
 
 
 
Em 2010 contámos fazer o Caminho Português central e conquistar o Jubileu.
 
Feliz Xacobeo, Feliz 2010
 
Um Abraço Galaico

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Melhor Amigo de uma Família Galaica só pode ser um Cão Galaico


Buga, não sei se tem raízes celtas, pagãs, ou ancestrais.....é simplesmente o nome daquele que me foi fiel desde uns verdes 20 anos até aos dias de hoje! Completaria dia 24 de Dezembro os seus 16 anos, de sabedoria, amizade, grandes momentos por Sendas da Gallaecia. O Buga está desde sábado passado a viver eternamente num dos locais mais bonitos e sagrados que conheço, mesmo em frente à Serra Amarela e de olhos postos no Vale de Vilarinho das Furnas.  A Geira passa mesmo a 10 metros da sua nova casa, onde outrora foi a Casa das Peças e antes da milha XXIX, pegadinho ao muro que separava as aldeias de Campo do Gerês e Vilarinho das Furnas. Em Outubro deste ano, toda a flora foi varrida pelas chamas ateadas pelo homem. Das cinzas nascerão outras cores e encherão a casa do Buga de um verde que encherá os pulmões e fará qualquer Galaico, parar sentar e olhar o horizonte majestoso que tem em frente. A Vida deste Cão Galaico foi mesmo intensa e deixa histórias para contar e recordar para sempre. Qualquer um destes lugares nas margens no Homem foi visitado pelo Buga e podem ter a certeza que me guiou muito bem, partia sempre na frente e só parava quando nos perdia de vista...um verdadeiro guia.

Com certeza que com o nevão que cai desde esta madrugada o Buga não terá passeado muito mas de certeza que o fará aquando da queda das gotas de orvalho que o acordarão e refrescarão as flores que ajudará a nascer e crescer. Em Janeiro o Buga já deverá ter algumas histórias para contar e é certo que já segredou com algum lobo que viver num Parque Nacional, dormir e acordar com a Serra Amarela espelhada no Rio Homem, é algo que só pode ser privilégio de alguém muito especial. Se é.

Aquela foto que vemos no cabeçalho da página é realmente a prova que o Buga gosta de passear por ali. Vejam só que ele vem da sua nova casa e pela posição da cauda estará a ver algo que nós não vemos. Quando lá voltarmos ele contará tudo.

 Buga nasceu em 24 de Dezembro de 1993 e o destino levou-o na madrugada de 18 de Dezembro de 2009. Esta é a sua nova casa.

A Galaica Família do Buga

sábado, 12 de dezembro de 2009

BLA BLA BLA....ACT NOW!

Já temos fumo mas ainda não temos fogo....que estranho! Começamos a semana com os países em desenvolvimento recusarem uma possível proposta de ajuda financeira para os ajudar a não poluir tanto e combater as consequências dos desastres naturais que tanto os afectam. Entretanto e depois de um anúnciado não, ontem foi acordada uma quantia já bastante diferente por parte da UE, 2,4 biliões de Euros por ano até 2012. Faz a conta de multiplicar! Sendo assim a UE está a liderar as boas acções em todas as frentes, ainda bem que o velho continente assim faz.


Por outro lada temos uma união de 50 países africanos a pedir 5% do PIB de cada país desenvolvido para fazer frente às catástrofes naturais e ajudar a desenvolver uma indústria menos poluente. No caso dos EUA teríamos, 722 biliões de dolares, a totalidade dos países ajudaria com, muito, mesmo muito dinheiro, que a ser bem aplicado mudaria um pouco a fotografia de África no mundo. Como só se fala de dinheiro, os limites pedidos e as reduções exigidas são vistas de formas muito diferentes pelos diferentes povos. Temos propostas para todos os gostos, mas o que interessa é termos no mínimo uma redução miníma de 25% por parte de que mais poluí, os EUA, China, etc.

Entretanto, milhares de activistas foram a Copenhaga este sábado pedir que seja feito um acordo. Cerca de 35000 invadiram as ruas da capital e demonstraram as suas ideias e preocupações.



Faltam mais 7 dias até que no dia 18, tenhámos a certeza do que realmente vai mudar ou não vai mudar, para mal ou bem da humanidade e da vida no planeta! Despeço-me com aquelas palavras que podem ver no cartaz acima....BLA BLA BLA....ACT Now

Um Abraço Galaico

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Monumentos Megalíticos e Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro

No dia 13 de Junho de 2008, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, através do Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Norte, e a Câmara Municipal de Melgaço, formalizaram junto da Direcção Regional da Cultura a proposta de classificação dos Monumentos Megalíticos e Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro, no Parque Nacional da Peneda-Gerês.



Conhecida por Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro é a maior concentração de monumentos megalíticos da Península e uma das maiores da Europa, estendendo-se por cerca de 50 km2 em território português e galego, contendo perto de uma centena de monumentos arqueológicos relevantes para a pré-história recente (neolítico à idade do bronze) daquela região.

Com esta classificação pretende-se não só defender mas também rentabilizar culturalmente estes monumentos, valorizando-os e promovendo-os junto do público. Aproveitando estruturas de visitação, como a Porta de Lamas de Mouro do PNPG e o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro, será possível ao visitante partir à sua descoberta munido de informação que lhe permita um melhor usufruto e conhecimento desses vestígios arqueológicos. A classificação e interpretação deste espaço integram-se no Programa Nacional de Visitação em Áreas Protegidas e foram alvo de uma candidatura ao Programa Operacional do Norte.

Estes monumentos são exemplos da arte de construir monumentos religiosos com pedras de grandes dimensões ou megálitos (mega = grande e lithos = pedra) que no noroeste teve uma difusão considerável. Nos planaltos e nas rechãs de altitude encontram-se núcleos de monumentos funerários, os dólmens ou antas, agrupando-se, por vezes, em vastas necrópoles, acompanhados ou não por menires (pedras fálicas, fincadas ao alto). As antas, câmaras sepulcrais compostas por esteios graníticos cobertos por lajes grandes, podem apresentar corredor de acesso e ser ou não consolidadas por um túmulo coberto de terra e conhecido como mamoa. Na sua maioria, estas sepulturas foram violadas e destruídas ao longo dos séculos por caçadores de ouro e de lendas.

No passado mês de Novembro a Câmara Municipal de Melgaço abriu o processo público de classificação destes monumentos, finalmente!!! Consulta aqui o Edital e a localização dos pontos de intervenção.
 
Um Abraço Galaico!

A contagem decrescente para Copenhaga.......Haverão Mudanças?

Todos os dias, cerca de 1 bilião de pessoas, vão para a cama com fome......! É verdade.


A Gallaecia não é o centro do mundo, nem tu! Por isso estas questões nunca nos deverão passar ao lado. Eras capaz de te manifestar se esta cimeira se realizasse em Portugal? No Porto? Aposto que se houvesse futebol à mesma hora.....talvez não! Se calhar até pensavas...."eu se fosse um dirigente ocidental e tivesse lá fazia o mesmo...", como alguns dizem em véspera de eleições e depois de mais um qualquer escândalo que envolve milhões e ninguém é responsabilizado.

Toda esta treta para servir de introdução à falta de acção dos responsáveis pelo rumo do nosso planeta e também dos demais habitantes. Eles, só mesmo eles podem mudar o rumo que o planeta está a levar, para um beco sem saída e que todos iremos ser penalizados sem excepções.

O nosso planeta é administrado em função dos interesses económicos e acima de tudo a administração americana apenas age com objectivo de manter o dominío global garantindo assim, mesmo que poluindo mais, matando mais, injustiçando mais, que sejam o povo mais beneficiado do mundo passando todos os outros para planos secundários!

A ONU, organiza este mês a Cimeira que muitos caraterizam como derradeira oportunidade para mudar. Acho que o Senhor Obama e o Chinês, vão atirar tudo para o lixo, como sempre, senão, que seria do Tio Sam e da China emergente dos Direitos Humanos e da mão de obra mal paga e não respeitada com dignidade como deveria fazer segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem? Os EUA não colocam sanções a gente desta? Claro....não dá jeito.

http://en.cop15.dk/ Este é o atalho para a cimeira, que podes ir acompanhando, de 7 a 18 de Dezembro. Pode ser que um dia possámos contar aos netos que acompanhámos este evento de perto, pela NET e que foi fundamental para a humanidade sobreviver com qualidade e harmonia.

O que é que está afinal na mesa de negociações? Consulta o documento

Os números, os verdadeiros números.

(in thousands of metric tons) Percentage of total emissions[8]

1 China 103,493 21.5 %
2 United States 5,752,289 20.2 %
- European Union 3,914,359 13.8 %
3 Russia 1,564,669 5.5 %


No fim da tabela aparecem os países que mais estão a pagar a factura de desastres naturais, fome, subdesenvolvimento, direitos humanos, doenças.....tudo de mau! Mas assim temos paises muito desenvolvidos, com meses de Dezembro muito solidários e crianças gordas e viciadas em videojogos. Em Janeiro já tudo muda, mas muda mesmo para muito pior. Este é o cenário ao qual tu pertences e apareces na foto. Sim TU!

Tenho ainda uma pequena esperança que o OBAMA vai cair nas escadas e vai aceitar reduzir 20% das emissões de CO2, mas acompanhado pelos chineses.....será?


O resto do mundo tem que aguentar.......falámos dia 18, do sucesso ou do fracasso, talvez numa montanha dessas qualquer, da Nossa Gallaecia.

Um Abraço Galaico!


domingo, 6 de dezembro de 2009

Aconteceu em....Planalto de Castro Laboreiro

Olá, este dia cinzento de Dezembro fez-me recordar um episódio vivido algures em 2000 e lá para os lados de Castro Laboreiro. Como era hábito, era escolhido um local a explorar e sempre, de preferência, no nosso Gerês. Ficámos desta vez numa pensão mesmo com vista para o Castelo. Nessa noite de véspera foi complicado voltar do café pois os nossos cães de Castro Laboreiro estavam um pouco desconfiados da nossa presença estranha por aquelas 22h quando já quase toda a aldeia dormia, demor+amos cerca de 30 minutos para precorrer 100 metros. No dia seguinte e depois de acordar com um dia cinzento e uma temperatura de 0º, fomos de bicicleta então descobrir esse tão falado Planalto de Castro Laboreiro.


Faz fronteira com a Gallaecia Norte e por alguns momentos cruzámos mesmo a fronteira. As mamoas aparecem no horizonte, fazendo parecer que recuámos milhares de anos. Estámos num ambiente bem Mégalitico e a intervenção humana não passa da nossa presença. Por aqueles 1000 metros de altitude o frio era companheiro inseparável e o simples acto de travar a bicicleta tornava-se numa aventura muitas vezes sem sucesso. Pelo Alto da Portela de Pau cada mirada encontrava um testemunho histórico, milenar e de conservação exemplar. Passámos no Alto da Mansão do Guerreiro, nome este, que prova a mística do lugar e histórias encobertas. Estávamos só numa das maiores concentrações mégaliticas de toda a Europa Ocidental. É um local de rara beleza, de nomes e lugares misteriosos e onde podemos encontrar fauna e flora em condições de pureza máxima e influência humana nula. Em Castro Laboreiro chamam MOTAS às Mamas Visívveis e MAMOAS às que estão enterradas. Esta História não acaba aqui e tu podes fazer parte dela....Brevemente!

Um Abraço Galaico

domingo, 29 de novembro de 2009

Sabias que.....o Cavalo Mais Antigo da nossa Gallaecia é o Garrano?

O Garrano (que significa “Cavalo Pequeno”) é uma raça do Equus caballus L., também nativa da Península Ibérica, que com cerca 1,30 m de estatura apresenta diversas semelhanças com os póneis. Ter-se-á desenvolvido nas montanhas da Península, do Atlântico até aos Pirinéus, tendo-se diferenciado como raça no período do Paleolítico. Existem pinturas no Norte da Península deste período que retratam um cavalo idêntico ao Garrano de hoje. Descende directamente do Pónei Celta primitivo, mas hoje em dia tem linhas sanguíneas de melhoramento oriundas do Cavalo Árabe. O Garrano, propriamente dito, é a mais antiga raça por entre as raças irmãs do Norte da Península Ibérica, nomeadamente o Cavalo do Monte da Galiza, o Asturcón das Astúrias ou o Potrok Basco.




O Garrano foi utilizado como animal de transporte pelo exército português e continua a ser utilizado para carregar madeira e no desempenho de tarefas agrícolas, mas também é utilizado para montar, tendo sido o meio de locomoção ideal nas veredas do alto Portugal. Chegou mesmo a ser utilizado para carregar minérios das minas mais recônditas das serras do Norte durante a II Guerra Mundial. Hoje em dia participa ainda no turismo equestre.



Na Peneda-Gerês, esta raça pode ainda ser vista em liberdade, após uma medida tomada pelo sub-secretário de Estado da Agricultura, em 1943, que levou à constituição de um grupo de 21 Garranos para a preservação da raça em liberdade. Hoje podem ser observados os descendentes do grupo libertado no Vale do Homem.



Estes Garranos do Gerês não podem ser capturados, mas nos baldios serranos onde as populações locais continuam a libertar indivíduos, eles são capturados, geralmente, de dois em dois anos.



Actualmente distribuem-se pelo Minho e também por Trás-os-Montes. É uma raça muito apreciada pela sua resistência e chega a constituir grandes manadas nos baldios, onde são apascentados.


No período do cio as fêmeas acompanham permanentemente o garanhão, que mantém a coesão do grupo. Na época de combates os machos enfrentam-se pela posse do harém, lutando a coice e à dentada. Os potros são depois acompanhados e cuidados pelas fêmeas.



Um dos piores inimigos dos Garranos é o Lobo-ibérico, levando, normalmente, os cavalos a adoptarem um sistema defensivo em círculo com as crias no interior, repudiando os ataques dos lobos a coice. Muitas vezes os lobos atacam quando as fêmeas estão a parir, altura em que se encontram bastante indefesas, tal como acontece quando atacam outras espécies, e a cria pode ser predada ainda antes de acabar de nascer.



Os Garranos particulares na altura de serem capturados utilizam um sistema de defesas idêntico ao utilizado contra os lobos. Quando capturados após o cerco são retiradas crias das manadas para serem vendidos na feira anual. Muitos destes potros vendidos são abatidos para alimentação, pois a carne de Garrano é considerada um petisco, e os restantes são marcados pela Associação de Produtores de Garranos e devolvidos à liberdade.


Um Abraço Galaico

Era uma vez.....O Castelo do Lindoso

Um dos nossos tesouros da Gallaecia é esse castelo que habita nas fraldas da Serra Amarela. O Castelo do Lindoso é um dos castelos emblemáticos da Restauração da Independência que estamos a poucos dias de festejar mais um aniversário. Festejar, o que ninguém festeja, pois já quase ninguém sabe o significado do dia 8 e muitos nem sabem se seria melhor a nossa terra mistica, a nossa Gallaecia que o Afonso Henriques decidiu dividir e entregar aos dos sul nunca ter sido dividida.


O Castelo de Lindoso é um dos mais importantes monumentos militares portugueses, pela sua localização estratégica (tutelar sobre o curso do rio Lima junto à fronteira com Espanha, numa linha interior entre as serras da Peneda e do Gerês), mas também pelas novidades técnicas e estilísticas que a sua construção introduziu no panorama da arquitectura militar portuguesa medieval.


Apesar de ainda se discutir as suas origens, não restam grandes dúvidas de que a fortaleza medieval que se conservou até aos nossos dias é obra do reinado de D. Afonso III, uma vez que ela não aparece referida nas Inquirições de 1220 e, pelo contrário, é nomeada nas de 1258 (ALMEIDA, 1987, p.124). Paralelamente, a sua porta principal, de arco quebrado e virada à vila, ostenta a eixo o escudo do monarca, elemento propagandístico por excelência, mas também indicador claro do patrocínio e do marco histórico que a gerou.

Como fundação nova de um rei que pretendia afirmar-se (o primeiro a ocupar o trono português não por via filial directa) e que havia sido largamente influenciado por realidades políticas estrangeiras, Lindoso é um caso de excepção, uma vez que aqui se iniciaram algumas das mais importantes experiências de técnica e de arquitectura militares, que tanto marcaram as décadas seguintes. Ele encontra-se ainda muito ligado à tradição românica, nomeadamente por não contemplar torres a flanquear os panos de muralha - algo que poderá ter resultado de uma opção deliberada pela rapidez construtiva e pela economia de meios (IDEM, p.124). Mas integra já alguns elementos nitidamente góticos, como o adossamento da torre de menagem a um dos panos (neste caso o do lado oposto à porta principal) e a defesa dos muros por meio de matacães sobre consolas bem salientes (ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.82), localizados preferentemente nas esquinas.

O traçado das muralhas revela um perímetro relativamente pequeno e regular, contrariando alguma da tendência natural das fortificações românicas para se adaptarem às curvas de nível. As esquinas são propositadamente arredondadas, para evitar os ângulos "mortos" e permitir uma total visibilidade das zonas circundantes. A torre de menagem, por seu turno, é ainda rudimentar, de apenas dois pisos e de secção quadrangular bastante ampla, resultando num aspecto algo atarracado (IDEM, p.82), mas contendo acesso superior directamente para o adarve, à maneira gótica. Estas características fazem dela uma obra de transição, mais facilmente integrável no ciclo construtivo do reinado de D. Afonso III, que no de seu sucessor, D. Dinis, como alguns autores pretenderam ver (Inventário, vol. 3, 1973, p.8).

No século XVII, na mesma altura em que Portugal lutava pela restauração da sua independência, esta secção interior do Alto Minho foi particularmente importante nas incursões de um e de outro lado da fronteira, e o castelo foi dotado de um sistema militar mais complexo. As obras estariam concluídas por volta de 1666 (data inscrita no lintel de uma das portas), escassos três anos depois de ter sido conquistado por tropas espanholas e, de novo, reconquistado pelos portugueses. É de crer, no entanto, que esta empreitada se tenha arrastado por mais algumas décadas, pois data de 1720 a conclusão do principal revelim, aquele que protegia a entrada principal. O novo complexo defensivo actualizou a fortaleza, rodeando-a de uma estrutura em estrela, com altos taludes e fossos, e acesso por porta levadiça encimada por matacães.

Como monumento emblemático da história nacional, o castelo não escapou à vaga restauradora estado-novista. O grosso dos trabalhos decorreu na década de 40 do século XX, mas prolongou-se pelos anos seguintes, deles se salientando a reconstrução de panos de muralha e de ameias e a demolição de algumas estruturas no pátio, conservando-se, ainda, a cisterna e parte das dependências do governador e outras de apoio. Nos últimos anos, foi arqueologicamente explorado, num amplo projecto de estudo da região.

Abraço Galaico

Neve na Gallaecia


Olá, a nossa Gallaecia está bem fresquinha e muito fria. Este fim de semana não pára de nevar e aquele que é um dos nossos próximos destinos, a Serra Amarela está coberta de um manto branco, um branco puro, como é digno destas e de todas as serras.
Mas para podermos, lá chegar precisamos, de sol, de um dia em que o seu brilho ilumine um pouco e do seu tom, e reflita todas as cores que ela contém...as cores da serra, que uns conhecem e outros não.
Um dia destes, nós vamos visitá-la. Em breve,  eu sei que lá iremos, e vamos mostrar-vos como é bela esta serra "Amarela".
Amigos, até breve com um abraço galaico.

sábado, 21 de novembro de 2009

Mais um biscoito do saco - 29 de Novembro, aparece na Serra Amarela



Porque a natureza é que nos abre as portas da Senda da Serra Amarela, vamos adiar o passeio para dia 29 de Novembro...até lá aguça o apetite com este video!

Vão passando pela Senda!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Farsa do Nobel da PAZ

Pois é, o Sr. Presidente teve um sonho.....afinal não, quem anda a sonhar é o resto do mundo a imaginar que esta "besta" veio salvar o mundo. Mais uma vez a América, nação com 200 anos e cheia de tradições ancestrais, coloca em causa o futuro do planeta e adia o inadiável e já tardio plano urgente de redução de poluição.
Copenhaga vai ser excelente para as companhias aéreas e também para a China e os Estados Unidos. Todos ficarão contentes com os resultados, os que ganham milhas no programa da companhia aérea e os chinheses e os americanos que continuarão a ser os 2 paises mais destruidores do planeta e que com essa característica se denominam de impérios e potências.


Sr. Obama, vá para outro planeta e leve o seu povo consigo. Aproveite e dê boleia aos chineses.

Um Abraço Gallaico

sábado, 14 de novembro de 2009

À descoberta do Tesouro - O Vale Glaciar do Vez

Temos andado a pensar muito na origem geomorfológica deste nosso Gerês! Pois bem, hoje deixo aqui uma breve introdução aquele que vai ser um dos nossos próximos destinos sobre as botas. O Vale do Rio Vez.  Localizado numa daz zonas onde ocorreu a glaciação na nossa Gallaecia este vale contém caracteristícas geomorfológicas que só podem acabar numa visita bem atenta e num regresso a casa com a convicção que conhecemos melhor o nosso património.


Quando visitei a Serra da Peneda, nunca me tinha passado pela cabeça que ali, outrora existiu um glaciar e que esse deixou muitas marcas que ainda hoje podemos encontrar. Um Sector com perfil em "U" contendo: moreias que se intersectam nas vertentes do vale; blocos erráticos de Granito da serra Amarela sobre os metassedimentos do substrato local. Os Blocos erráticos no vale do Vez são os de maior dimensão em toda a àrea do PNPG, podendo atingir uma dezena de metros de altura.







Para que este Tesouro não fique por descobrir, não pode deixar de ficar para um dia destes a sua visita. Lanço aqui o desafio ao grupo de Galaicos que se encontra numa montanha qualquer, para penser nesta Peneda como mais uma Senda a descobrir e dimunuir o nosso desconhecimento deste Património.
Um Abraço,
Gallaico

domingo, 8 de novembro de 2009

Louvor da Semana para Francisco Sampaio

Em 2008, desapareceu a nossa Região de Turismo do Alto Minho, foi substituida pela Àrea Regional de Turismo do Douro. Francisco Sampaio, foi durante 28 anos presidente desta Região de Turismo. É para ele que hoje enviamos os nossos agradecimentos pelo seu trabalho realizado pela nossa Gallaecia Sul bem como pela forma que como Galaico sempre conduziu e acarinhou a nossa terra.

Deixo uma entrevista de Francisco Sampaio em 2007 ao Noticias Magazine e destaco a frase: "Sou Galego; do Rio Douro para baixo são todos Mouros"

Lê o documento, vale a pena.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tesouros da Gallaecia - Fui ao Gerês e bi uma baca gande com uns conus....!

Ficamos por aqui, em grande parte porque estamos atrasados para ver o futebol em casa ou até porque o cheiro a bosta só tem graça por umas horas...como o frio! Que bom que era mandar abaixo agora uma posta de "baca" dessas com umas batatinhas e uma malga de berde!

Esta semana vamos conhecer essa majestosa, imponente e tesouro da nossa Gallaecia. A raça Cachena.

Habitante na Alta Montanha, sempre acima das cotas dos 800m esta raça, conhecida por muitos nomes em função das serras e gentes que a ladeiam, é, nos dias hoje tema de conversa sempre que um qualquer humano se cruza no seu caminho. Na Serra Amarela são apelidadas de Vilarinhas, nome proveniente do povo da submersa Vilarinho das Furnas! Cabreira, às oriundas da localidade de Cabreiro ou ainda Carramelha ou Carramilhinha! Barrosão Ananicado, apelidaram os zootécnicos!

Morfologia:
Cabeça: comprida, de perfil recto, em que o comprimento desta é superior ao dobro da largura entre as arcadas orbitárias. Focinho negro e largo, um pouco grosso. Conjunto ocular pouco saliente. Chifres muito desenvolvidos, com secção circular, que saem para cima e para os lados tomando a forma de parafuso ou saca-rolhas.Pescoço: curto, bem ligado à cabeça e à espádua, barbela bem desenvolvida.


Tronco: cernelha pouco saliente, com costado arqueado e o peito medianamente largo e descido. A garupa é comprida e descaída, com pequena largura isquiática. As nádegas são mal musculadas e pouco desenvolvidas, tendo a cauda inserção alta terminando por uma borla de pelos escuros.

Sistema mamário: úbere bem desenhado, bem proporcionado e com boa implantação.

Extremidades e aprumos: membros de extremidades livres pouco desenvolvidas, mal aprumados, terminando com unhas escuras, pequenas e arredondadas.

Pele, pelo e mucosas: pele grossa, mas macia. Pelos curtos e finos nas estações estivais, observando-se pelos mais desenvolvidos no pavilhão auricular e na borla da cauda que é geralmente escura. No Inverno estes animais ficam com uma pelagem grande e grosseira para se defenderem do frio. As mucosas das aberturas naturais são escuras.

Cor: pelagem castanho-claro, tendendo para o cor de palha ou acerejado. Há alguns anos atrás havia muitos destes animais com tonalidades de castanho muito mais escuro que durante os meses de Verão, «abriam à cor», isto é, passavam de castanho pezenho a castanho aberto. Nos touros reprodutores o terço anterior é geralmente mais escuro.


Formato: são bovinos muito pequenos, talvez os mais pequenos do Mundo, com uma índole bravia, que não escondem a sua condição de semi-selvagem.
Raça considerada feral ou semi-selvagem, como outras espécies do PNPG, o seu regime de exploração é o extensivo, no entanto, descem às povoações quando a neve se mantém por períodos mais alargados.


Como características principais deste regime perduram ainda nos nossos dias os ancestrais regimes comunitários das Brandas e das Inverneiras, por um lado e por outro o das vezeiras, este cada vez mais em desuso.

Nas vezeiras, como a própria palavra indica os animais eram guardados ou pastoreados à vez, isto é, cada casa de lavoura guardava proporcionalmente as manadas tantos dias quantos fossem os seus animais e os proprietários.

Nas Brandas e Inverneiras, os animais faziam a transumância para fugir aos rigores dos Invernos frios, no caso das Inverneiras, que eram locais abrigados dos ventos e em cotas de altitude mais baixas por isso mais quentes, nas Brandas para fugir à canícula de Verões quentes em locais arejados e com cotas de altitudes mais altas.

Área geográfica de produção

O solar da raça é o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Este engloba o prolongamento da cadeia dos montes Cantábricos com as serras da Peneda (alt. 1340m), o Soajo (alt. 1430m), a Amarela (alt. 1350m) e o Gerês (alt. 1545m).

Desenvolve-se entre os planaltos de Castro Laboreiro, a Norte (alt. 1340m) e o da Mourela, a Este (alt. 1380m).

Garcia et al. (1981) refere que existiam no PNPG, 3000 bovinos ananicados o que correspondia aos actuais Cachenos. Hoje, não deverão restar mais de mais de 600 animais apresentando quase todos influências de introdução de sangue de uma outra raça de maior porte – o Barrosão.

Poucas dezenas são os animais que consideramos em estado de pureza étnica, identificando-se assim com o padrão da raça.
 
Vamos então ver essas Vilarinhas que nos enchem de vida os Prados da Serra Amarela!
 
Gallaico

terça-feira, 27 de outubro de 2009

TRILHO NA SERRA AMARELA - Antevisão

Poderiamos todos dizer que é mais um trilho....mas não é!!!
Fundamentalmente constituida por caminho em pé posto, esta Senda que nos leva desde Brufe até ao topo da Serra Amarela no Emissor da Louriça demonstra a quase inexistente intervenção humana. Desde vestigios do Megalitico, Silhas, Casarotas, uma flora que pinta de amarelo esta Serra, o homem é aqui, algo que está de passagem porque a Serra é só dos Lobos e de outros tantos que lá dormem. Não vai ser mais um trilho, mas sim mais uma grande oportunidade, de estar num dos locais mais bonitos do Gerês....de todos e do Nosso Miguel Torga.

Vamos ter cerca de 14 ou 15 Km´s, de boca aberta, vegetação resteira por vezes densa. Na Serra Amarela, nos lugares denominados Louriça e Alto do Corisco, existem uns circos glaciários pouco nítidos. As suas ravinas são estreitas e fortemente fracturadas, atingindo mais de 100 m de altitude, não apresentando o polimento típico de circos, contudo, a existência da moreia do Ramisquedo uns metros abaixo, permite a sua interpretação como tal. Pode-se inferir um limite da glaciação próximo dos 800 m a 900 m (Coud´-Gaussen, 1981)



Um Abraço

Gallaico

domingo, 25 de outubro de 2009

Em 15 de Novembro vamos pela Serra Amarela na Senda de Miguel Torga

“A Serra Amarela é um dos ermos mais perfeitos de Portugal.
Situada entre o Gerês e o Lindoso, as suas dobras são largas,
fundas e solenes. Sem capelas e sem romarias, cruzam-na os
lobos, os javalis e as corças. A praga dos pinheiros oficiais ainda
lá não chegou. De maneira que mora nela o sopro claro das livres
asas e o riso aberto dos grandes sóis. Não há estradas, senão as
da raposa matreira, nem pousadas, senão as cabanas dos
pastores. É Portugal nuclear, a Ibéria na sua pureza essencial e
granítica. Um pé de azevinho aqui, urzes milenárias acolá, um
carvalho numa garganta, nenhum coração de entre o Douro e
Minho pode deixar de se sentir aquecido e reconfortado em
semelhante chão.”
Miguel Torga, 1945